Como liderar a equipe no home office
Interação, comunicação e incentivo em lifelong learning são os processos para liderar a equipe no home office.
A pandemia obrigou as empresas a se reinventarem, o trabalho remoto passou a ser uma realidade e de acordo com diversos estudos sobre as tendências para os próximos anos ela promete ser mantida e intensificada após esse período conturbado. Com isso, um dos desafios para os executivos é como liderar a equipe no home office.
Manter a equipe engajada, produtiva e feliz com o trabalho, além de criar estratégias de negócios e acompanhar os processos e resultados são tarefas árduas para os líderes. Além disso, atitudes e comunicação empática, criatividade e o desenvolvimento da inteligência emocional também estão entre as 10 top habilidades dos gestores, conforme apontado no relatório Future of Jobs, do World Economic Forum 2020, habilidades interpessoais que exigirão das lideranças cada vez mais atitudes empíricas na forma de gerenciar a equipe.

Tendências do home office após a pandemia
Não há como negar que a Covid-19 obrigou as empresas a adotarem o home office para grande parte dos seus colaboradores. E mudar a estrutura, digitalizar informações, oferecer segurança e subsídeos tecnológicos para os funcionários foram desafios a serem implantados em tempo recorde.
De qualquer forma, empresas e profissionais perceberam as vantagens do trabalho remoto ou híbrido e vários estudos indicam que após esse período conturbado companhias de todos os portes pretendem continuar com essa prática para parte da equipe, tendência observada também no World Economic Forum 2020, onde 44% da força de trabalho das empresas pode migrar para o modelo remoto.
Entretanto, o mesmo relatório aponta que essa tendência é muito mais forte para países desenvolvidos (38%) do que para nações em crescimento (entre 17% e 25%). E no último caso o Brasil está inserido, visto que a maior dor do sistema híbrido ou home office em nosso país é que apenas 20% dos profissionais está habilitada para essa nova cultura corporativa. Isso por conta da falta de acesso confiável à Internet, sistemas instáveis, além, é claro, da adaptação da estrutura física para transformar a sua casa em escritório, a adaptação às ferramentas para gestão de processos, a gestão do tempo em se dividir entre o trabalho e a família e, também, a saúde física e emocional do colaborador.
E, sabendo que o modelo híbrido de trabalho tende a continuar, liderar a equipe no home office também se reestruturará e o gestor precisará encontrar ferramentas para incentivar as suas equipes a crescerem e se desenvolverem, ou seja, o investimento no capital humano, no desenvolvimento pessoal e qualificação profissional nunca estiveram tão em alta.
Liderar a equipe no home office – criatividade para engajar
O ser humano é social por natureza, precisa de interação para se desenvolver. O cérebro responde com base no que vemos e no que ouvimos, por isso a comunicação e o cara a cara são tão importantes para manter o bom clima organizacional dentro de uma empresa.
Mas como permitir isso em tempos de isolamento social? Como oferecer essa interatividade estimulante com a mudança da cultura organizacional corporativa que, ao que tudo indica, veio para ficar? Não tem jeito, os líderes precisarão se reinventar.
A comunicação nunca foi algo tão importante na empresa. Isso porque fora dos escritórios, pedidos, dúvidas e entregas acabam sendo feitas por e-mail ou whatsapp. Portanto, é preciso cuidado ao transmitir a mensagem porque fica difícil identificar por esses veículos se a pessoa está feliz, com raiva, ou qualquer outro sentimento pela mensagem. Sendo assim, trabalhar a liderança humanizada, conhecer sobre o conceito da comunicação não violenta e utilizar ferramentas interativas para se comunicar com a equipe são processos fundamentais para liderar com efetividade.
E graças à tecnologia, essas ferramentas têm sido fundamentais no processo de liderar a equipe no home office. As gigantes chinesas Alibaba e Tencent desenvolveram suas próprias ferramentas de gestão remota: a DingTalk (da Alibaba) e WeChat Work (da Tencent), que também estão disponíveis para empresas fora do grupo. A Google, que já adotava o sistema híbrido de trabalho na maioria de suas filiais mundiais, incorporou a o Google Hangouts e a Blue Jeans (que conecta os colaboradores em uma plataforma na nuvem).
Entretanto há uma infinidade de opções no mercado, como o Trello (para organizar as tarefas individuais e da equipe), o Microsoft Teams (para reuniões e trocas de mensagens), o WhatsApp for Business (para envios de mensagens em massa aos funcionários da empresa), Asana (para monitorar conversas e andamento de projetos, como divisão de tarefas, prazos e níveis de prioridade), entre inúmeras outras.
Com essas facilidades, fica mais simples desenvolver as habilidades soft skills que ganham ainda mais importância no processo de liderar à distância, com o objetivo de ser um líder inspirador e empático para promover o engajamento dos colaboradores. Por esse motivo a gestão humanizada ganha mais ênfase no processo de liderar a equipe em home office.
Mas como fazer isso à distância? Esse é o questionamento principal.
Perguntas fortes X Perguntas Fracas – A forma como o líder irá se comunicar com seus colaboradores diz muito sobre o processo de incentivá-los e inspirá-los. Por exemplo: ao invés de questionar o seu funcionário do porque ele não cumpriu o prazo de entrega, foque na solução do problema, como: quando você consegue entregar? Qual a melhor forma de conduzir essa questão?
Usando a comunicação empática e colocando o colaborador como protagonista da resolução você permite que ele tenha confiança para expor ideias participando ativamente do processo corporativo.
Feedback como rotina – Melhor do que fazer reuniões de avaliação de desempenho, que já geram no colaborador a sensação de cobrança, o líder à distância pode aplicar o feedback constante, espontaneamente no dia a dia do trabalho, que torna a liderança mais leve e humanizada.
Além disso, o feedback é extremamente importante para o reconhecimento da equipe, portanto colaboradores que merecem elogios devem ser elogiados, isso estimula os demais, assim como ajudar profissionais que precisam melhorar a performance ou redirecioná-las também precisam de orientação, e é aí que entra novamente o conceito da importância de soft skills e comunicação não violenta.
Conquistas devem ser compartilhadas – Quando a equipe ou algum profissional alcança um objetivo positivo, elogiar, oferecer um prêmio simbólico (como um almoço por exemplo, ou um presente) são atitudes positivas que fortalcem o laço entre as pessoas e, sem dúvida, traz o sentimento de reconhecimento e felicidade, emoções que estimulam a conquistar novos resultados. O nome disso é contágio emocional que acontece de forma espontânea e inconsciente: quando positivo espalha alegria e produtividade, quando negativo também influencia no clima organizacional.
Tecnologia a seu favor – Para liderar a equipe no home office o uso da tecnologia é uma grande aliada. Chamadas de vídeo, calls e meetings são importantes para a interação mais próxima do face to face. Entretanto, o líder não deve focar nessa ferramenta somente para reuniões relacionadas ao trabalho. Promover encontros virtuais da equipe para conversar sobre assuntos aleatórios, happy hours virtuais, ou seja, momentos de descontração também são importantes.

Treinamentos, palestras e lives – Não é porque a equipe está em home office que o líder não pode incentivar o desenvolvimento profissional e pessoal da equipe.
A procura e a oferta de cursos online cresceram muito com a pandemia e promete continuar. O Lifelong Learning é uma das tendências também apontadas no World Economic Forum:
“Houve um aumento de quatro vezes no número de indivíduos que procuram oportunidades de aprendizagem online por sua própria iniciativa, um aumento de cinco vezes na oferta do empregador de oportunidades de aprendizagem online para seus funcionários e um aumento de nove vezes nas matrículas para alunos que acessam online aprendizagem por meio de programas governamentais. Os empregados estão dando maior ênfase aos cursos de desenvolvimento pessoal, que tiveram um crescimento de 88% entre essa população. Aqueles que estão desempregados deram maior ênfase ao aprendizado de habilidades digitais, como análise de dados, ciência da computação e tecnologia da informação”. Fonte: Reports Future of Jobs 2020 – WEF
Além disso, o mesmo relatório aponta que a requalificação profissional é um dos diferenciais competitivos na força de trabalho para acompanhar a evolução do mercado. “Para os trabalhadores que devem permanecer em suas funções, a parcela de habilidades essenciais que mudará nos próximos cinco anos é de 40%, e 50% de todos os funcionários precisarão de requalificação (até 4%)” – Reports Future of Jobs 2020 – WEF.
Seguindo essa tendência as empresas estimam que cerca de 40% dos profissionais precisarão de requalificação e 94% dos líderes de negócios esperam que os seus colaboradores adquiram novas habilidades no trabalho.
Sendo assim, os líderes podem ser incentivadores da sua equipe, oferecendo oportunidades em cursos online, treinamentos, palestras ou lives. Esse engajamento faz com que a equipe se sinta valorizada, pois reconhece que a empresa está interessada no desenvolvimento profissional e pessoal dos seus colaboradores.
O importante é que na hora de liderar a equipe no home office o gestor tenha em mente que a interação, o incentivo e a comunicação são extremamente importantes para o bem-estar dos colaboradores e, consequentemente, o aumento da produtividade.
Junte-se à Conversa