O modelo híbrido de trabalho se tornou realidade. Veja o que dizem os especialistas sobre o futuro desse modelo!
A pandemia da Covid-19 impactou drasticamente a nossa sociedade, o nosso comportamento e principalmente o trabalho. Aquele que era ainda distante até tempos atrás, tornou-se real e urgente em poucas semanas. O modelo híbrido é um formato flexível de trabalho, o qual pode ser realizado em casa e no escritório de forma alternada.
O Home Office surgiu em 1997, período em que a internet começava a ganhar força e muitos trabalhos passaram a ser desempenhados por meio dela. No entanto, somente 20 anos depois, em 2017, o modelo de trabalho em casa foi reconhecido e consolidado com o nome de teletrabalho na legislação trabalhista brasileira. O que nenhum de nós imaginava, é que 3 anos depois esse modelo de trabalho se tornaria vigente para muitas empresas, mesmo que de forma forçada.
Muito foi questionado sobre a produtividade de trabalho por intermédio desse modelo, o que deixou muitos gestores e lideranças preocupados. Em entrevista para a Revista Entre Asanas, a qual você pode ler clicando aqui, a diretora da seccional de Goiás da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH/GO) e cofundadora da Evoluzi, Pollyana Oliveira Guimarães, ressalta que algum tempo depois de se adaptarem ao trabalho remoto, muitas empresas ficaram mais tranquilas quanto à produtividade no home office e ao novo desafio, o qual foi desenvolver lideranças que abrangessem as especificidades desse formato.
“Empresas e profissionais perceberam as vantagens do trabalho remoto ou híbrido e vários estudos indicam, que após esse período conturbado, companhias de todos os portes pretendem continuar com essa prática para parte da equipe, tendência observada também no World Economic Fórum 2020, onde 44% da força de trabalho das empresas pode migrar para o modelo remoto”, analisa.
O segredo para que o trabalho seja mais eficiente, é a utilização da tecnologia para que haja uma boa comunicação. Utilizar recursos para vídeo chamadas, ligações e mensagens de texto podem garantir o desenvolvimento do trabalho no dia a dia e diminuir os ricos de falhas, mas para isso é necessário ficar atento a mensagem que deseja transmitir, pois, como a comunicação digital é mais fria, identificar as emoções se torna algo muito mais difícil, o que pode causar ruídos na troca de mensagens, impedindo que comunicação seja eficiente.
Pollyana Guimarães também destacou na matéria os pontos positivos e negativos desse modelo de trabalho, começando pelos positivos: nós vemos a diminuição de custos; flexibilidade de trabalho; maior qualidade de vida e a retenção e atração de talentos. Por outro lado, os pontos negativos aparecem no excesso de carga horária, pois, devido às distrações muito próximas, pode se tornar mais difícil de controlar o desempenho no dia a dia. Além disso, existe a diminuição do contato físico com os demais colegas, a necessidade de equipamentos e espaço em casa para se adequar ao trabalho.
Outro ponto ressaltado por ela, foi a sobrecarga de trabalho que atingiu as mulheres, as quais já enfrentavam uma jornada de trabalho dobrada, ficando ainda mais difícil com a pandemia.
“Os dados e a realidade não são favoráveis às mulheres e, por isso, tentar manter uma rotina com horários pré-definidos e dividir o trabalho de casa com seu companheiro (a) fará toda a diferença para que o modelo home office permaneça sendo produtivo”, orienta Pollyana.
A pergunta que não quer calar é “esse modelo persistira após a pandemia?” Tudo indica que sim, os resultados colhidos com esse modelo de trabalho é o que determinará se ele funciona ou não, mas para cada empresa isso pode ser diferente, fazendo com que algumas adotem definitivamente o modelo home office/híbrido e outras retornem ao cotidiano normal pós-pandemia.
Segundo a pesquisa da KPMG realizada em março deste ano com 361 executivos, 66,2% das empresas sinalizam o retorno presencial ainda durante este ano, ou até 2022. Empresas como o BMG, Roche e VR Benefícios, por exemplo, ainda não veem sentido em retorno, pois devido à vacinação ainda em andamento, voltar ao trabalho presencial neste momento oferece risco à saúde dos funcionários. Nesta mesma pesquisa, o resultado aponta que, para 87,3% das empresas o sistema hibrido será definitivo mesmo após um cenário seguro.