Como a pandemia afetou a produtividade dos times dentro de grandes empresas
Os impactos causados pelo Coronavírus refletiram em diversos setores da economia, promovendo várias alterações no ambiente de trabalho, mudança de rotina e outros fatores. E apesar de estar em vigor com a reforma trabalhista desde novembro de 2017, tanto o trabalho remoto, como o home office já vinha sendo colocado em prática por diversas empresas. Porém, com o advento da pandemia, ele se apresentou como uma necessidade e alternativa para que as empresas continuassem com as atividades. Os principais desafios dizem respeito à concessão de materiais necessários para a execução do trabalho a distância, além do controle das horas de jornada e a manutenção da produtividade durante o home office.
Neste ponto a produtividade foi afetada de diversas maneiras, por exemplo, a insegurança e o medo de contrair a doença ou de perder o emprego, as paralizações, isolamento e a adoção do home office de uma hora para outra. Esta última, ainda que já estivesse em curso, gerou para muitos uma confusão e a queda na produtividade foi sentida, sim, em muitas empresas. A fase de adaptação foi um tanto conturbada, entretanto, aos poucos as peças foram se encaixando.
De acordo com a pesquisa realizada para escrever este artigo, para algumas empresas como a Localiza, a título de exemplo, a motivação dos gestores da empresa locadora de carros os levou a criar um comitê para escalar o trabalho home office e preservar a saúde dos funcionários, de forma que uma das alternativas para sanar problemas, principalmente ligados à produtividade, foi ouvir dos colaboradores em reuniões pontuais, quais eram os pontos críticos do trabalho a distância e, por mais simples que pareça, uma das principais queixas foi sobre a ergonomia do trabalho em casa. Dessa forma, parte da produtividade envolveu a melhora estrutural do home office dos colaboradores, além da organização das formas de comunicação no dia a dia, enquanto a parte de engajamento priorizou a conexão dos funcionários à dinâmica da empresa.
Para o Google, uma das maiores empresas de serviços on-line e tecnologia do mundo, a produtividade dos colaboradores durante a pandemia e no período home office duplicou, o que surpreendeu até mesmo os CEO’s, entretanto, parte dos funcionários não viu isso como algo positivo, pois o distanciamento afetou tanto o lado criativo, quanto o emocional, o que fez com que muitos desejassem o retorno do trabalho ao escritório ou híbrido. De certa forma, isso desagradou um pouco a empresa, a qual economizou cerca de US$1 bilhão com o trabalho a distância.
Outros problemas advindos da pandemia também colaboraram para a queda da produtividade de funcionários de diversas empresas, como jornada dupla de trabalho, principalmente para as mulheres, as quais foram as mais afetadas com as medidas, pois com as escolas sem aula e ao mesmo tempo o home office, além dos afazeres de casa, sobretudo para as mães solo, o trabalho nunca foi tão cansativo.
De acordo com a MamaJobs, uma empresa que conecta currículos de profissionais que são mães com empresas que abraçam a causa da flexibilização de horário para mulheres com jornada dupla, as empresas que adotaram medidas de entrega, ou seja, a produtividade no trabalho mesmo que fora do horário de ponto, ou horário comercial, trouxe para diversas trabalhadoras a flexibilidade e a possibilidade de se organizar para produzir com mais tranquilidade e em muitos casos, a produtividade conquistou melhoras mais palpáveis do que as vistas em regime de horário de entrada e saída.
A pandemia trouxe inúmeros desafios, forçou a adaptação tanto por parte das empresas como também dos colaboradores, mas, além disso, mesmo com o distanciamento e resfriamento da comunicação interpessoal, devido à troca de mensagens via aplicativos, houve de certa forma, uma humanização na relação empresa x funcionário, referente à preocupação com a saúde e bem–estar para a garantia da produtividade, o que ajudou a promover uma compensação ou melhora na produção.